segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUIZ da Chave - perguntas para você checar seu entendimento (28 de fevereiro de 2011)

  1. O que é ser um bom filho?
  2. Você acha que o nível cultural dos pais vai influenciar no dos filhos? Por quê?
  3. Dar livros e assinar revistas para as crianças tem alguma influência em seu desempenho? Por quê?

Educar é diferente de ensinar

   Nunca é demais repetir que existe um diferença enorme entre EDUCAR e ENSINAR. Nosso sistema educacional não está voltado para o educar, e por incrível que pareça é totalmente dedicado a ensinar. Mas onde está a diferença e a incongruência?
   Para um aluno ser educado, não é suficiente que ele vá a aula para, no mais das vezes, obter conhecimentos estéreis e não relacionados. Transmitir conhecimento não é Educar. Quando muito, é Ensinar. O problema é que alguém ainda acredite, em pleno século XXI, que algum professor possa ter mais “conhecimento” acumulado que os meios digitais. O que restaria a um professor fazer seria Educar seus alunos. Trabalharia desenvolvendo a MORAL, criando cidadãos que realmente possam conviver em sociedade, elevando o nível social do ambiente que vivem.
   Aquele professor “lente”, orador, escritor de quadro negro, transmissor de conhecimentos … acabou e ele precisa receber treinamento para transcender essa missão que, se em algum momento foi útil, hoje é redundante e sem consequência. Disputar com a Wikipédia ou com a Google sobre quem sabe mais sobre alguma coisa, é besteira. Saber o que fazer com essas coisas acumuladas em bancos de dados de petabytes de capacidade, isso sim faz sentido.
   Importante ressaltar que “treinar professores” não é fazê-los frequentar aulas, seminários, workshops ou qualquer outra coisa que signifique oferecer mais conteúdos. Nesse momento, precisamos treiná-los em Dinâmica de Grupo, ou seja, em técnicas desenvolvidas cientificamente para conduzir os grupos de estudantes ao seu desenvolvimento mental pleno.
   Ainda hoje, a maioria dos professores tem no “poder” uma arma para atuar em sala de aula. Justificam isso frente as enormes dificuldades de comunicação, a indisciplina reinante, a falta de interesse do alunado, enfim … Mas a fórmula não é essa, e isso fica evidente no trabalho de alguns mestres que conseguem se fazer amados por seus alunos. Não são muitos, mas existem, e dão um exemplo formidável que deve ser seguido. O professor deveria ser amado pelos seus alunos, tornando-os seguidores. Os alunos devem gostar de suas matérias, e isso acontece na proporção direta do afeto que o professor transmite e que cria uma relação de alto nível. Afeto, interesse e desenvolvimento andam juntos.
    Mas quando vemos uma LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação Nacional baseada em salas de aula para transmissão de conhecimentos, fica claro que isso é ainda uma meta longínqua. Temos que modernizá-la, é claro, mas sabendo que não é a Lei que faz a escola, mas sim seus professores e gestores, que estão atrasado pelo menos em um século.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Crianças e Alimentação

(artigo escrito levando em consideração alguns fatos narrados na Revista Época de domingo, 27 de fevereiro de 2011)

Alimentação das crianças  é  um problema permanente para pais e educadores. A obesidade invade o universo infantil. Uma coisa muito seria é a entrada dos fast-food , facilitadores em algumas coisas e complicadores em outras. O principal problema é sua interferência na  educação alimentar das crianças.
Como podemos cuidar da educação alimentar de uma criança se a família tem hábitos totalmente inadequados.
Algumas regras deveriam ser seguidas pelas famílias, para que possamos ter um ótimo resultado final na alimentação infantil.
1)    Apresentar desde cedo os alimentos separados,  para que o bebe sinta os sabores diferenciados;
2)    Apresentar os alimentos com estética;
3)    Ter horários bem determinados para a alimentação, criando hábitos; e não substituir o horário se a criança não comer;
4)    Não proibir nenhum alimento simplesmente porque não é nutritivo. Deixe a criança provar, mas tem que provar de tudo;
5)    Não enfrente a criança se ela não quer comer; você não conseguirá nada se ela não quiser;
6)    Mude o tempero e a forma dos alimentos que ela não gostou, pode estar no tempero a falta de aceitação da criança;
7)    Não aceite as chantagens das crianças, não prometa prêmios. Alimentação é algo totalmente normal e deve ganhar regularidade;
8)    A hora da alimentação deve ganhar um ritual, não deve ter outras fontes de atenção (TV, filmes, jogos, aviãozinho, brinquedos). Hora de comer;
9)    Deixar o mais cedo possível a criança se alimentar sozinha, pelas próprias mãos;
10)    Ter sempre companhia nas horas da  alimentação (família ou amigos na escola);
11)    Regular a quantidade de alimentos. Coloque o que você acha razoável, mas acriança deve regular a quantidade necessária através da ingestão, não fique insistindo para que coma mais;
12)    Nunca use a sobremesa como prêmio. Dê a ele mesmo que não tenha comido o alimento por você selecionado, mas na quantidade certa (pouco);
13)    Leve a criança ao mercado para comprar os alimentos, e posteriormente a cozinha para processá-los. É uma vivencia muito importante;
14)    Não dê alimentos a criança dormindo, apenas para suprir  deficiências que estão na sua cabeça;
15)    Nunca pergunte o que a criança quer comer; ela não tem como fazer esta escolha e fica nos mesmos alimentos. Só os adolescentes podem fazer escolha;
16)    Varie ao máximo os alimentos que oferece a criança. A coloração dos alimentos também é muito importante.
São sugestões para acompanhar o desenvolvimento das crianças quanto à alimentação. Não faça da alimentação uma guerra.
Beta

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Lauro de Oliveira Lima - O Educador como agente de transformação

Roberto Amaral
Estamos fazendo uma série de pesquisas históricas sobre o Professor Lauro de Oliveira Lima, para o lançamento de seu portal na internet esse ano, comemorando seus 90 anos de existência. E naturalmente, vamos esbarrando em depoimentos, trabalhos, teses enfim, uma enorme quantidade de material produzido. Um deles foi o depoimento de Roberto Amaral, ex-Ministro da Ciência e Tecnologia, que escreveu para o Jornal O POVO (CE) e teve republicada a matéria no Jornal da Ciência da SBPC, distribuido por e-mail 3240, em 10 de Abril de 2007.
É um material tão bonito que não pude resistir a vontade de colocá-lo aqui no blog, para o conhecimento de todos. Aqui vai.
Beta
    

Lauro de Oliveira Lima: O educador como agente de transformação, artigo de Roberto Amaral

Por razões ainda à espera de decifração, Lauro, embora teórico e formulador, não seria um acadêmico stricto sensu, pois não privilegiou a Universidade e por ela foi sempre visto como um gauche

Roberto Amaral é professor universitário, é vice-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, ex-ministro da C&T e autor de diversos livros entre os quais Socialismo, vida, morte e ressurreição (Vozes)]. Artigo publicado em “O Povo”, do Ceará:


A Fortaleza dos anos 50 e meados de 60 era cidade pequena, recatada e medíocre. Sem opinião pública (embora tivesse imprensa), sem vida cultural (o Liceu já decaíra e a Universidade ainda não conquistara seu pódio), política rasteira, sem qualquer fundamentação ideológica, dividida entre o reacionarismo rural do PSD e o reacionarismo urbano da UDN. Debate nenhum. Vida editorial, nenhuma.

Reinavam o provincianismo tacanho e as eleições de 'misses' e 'príncipe dos poetas'. Vida social era a vida dos clubes praianos e os potins de uma crônica mundana que já nascia anacrônica.

O sindicalismo não importunava. O empresariado privado se reduzia a um comércio raquítico, e os governos, de pires na mão em freqüentes rondas pela Corte, dependiam das boas relações de seus chefes com o Catete. Forte era a presença de um Clero conservador, envolvido com a política, com seus Índexes de políticos, de livros e de filmes.

O jornal da arquidiocese indicava, diariamente, os filmes que sem pecado podiam ser vistos e os livros que podiam ser lidos. Vida artística, mínima. Os que teimavam em manter qualquer sorte de atividade criativa estavam à espera da primeira oportunidade que a sorte ensejasse para a aventura do Rio de Janeiro.

Nesta minha cidade já antiga, intelectual era servidor do sistema, funcionário ou não do governo. Mas progresso houvera: o 'Ita' fôra substituído por um DC-3 da Panair...

Foi nesta Fortaleza, pacientada na pasmaceira, que explodiu o gênio inovador de Lauro Oliveira Lima, para depois transferir-se, primeiro para Brasília, onde iria enriquecer a administração de Paulo de Tarso no MEC, e depois, para o Rio, seu exílio persistente, tangido inicialmente pela escuridão de 1964.

Foi nesta Fortaleza das tertúlias que Lauro, dirigindo o então Ginásio Farias Brito (de Ary de Sá Cavalcante e João César), escandalizou a sempre tola classe-média ao abrir uma parada de 7 de Setembro com uma faixa em que se lia: "Não há alunos problema, há pais problema".

Nesta mesma Fortaleza, ainda nesses anos 50, diria para educadores conservadores: "Quando o aluno não aprende é o professor que não soube ensinar".

Falo de um educador cujo papel transformador cresce quando conhecemos o meio em que se construiu, ao contestá-lo. Falo principalmente do homem de ação, o traço distintivo deste intelectual. Falo do pioneiro. Deixo para outros a correta valoração de sua obra escrita.

Deixo para outras reflexões o autor do Escola secundária moderna, obra que revolucionou o ensino em nosso país.

Antes de quase todos os seus contemporâneos entendeu que a chave do futuro estava na educação infantil, e cedo se dedicou (em Fortaleza, primeiro no Farias Brito e depois com o seu Ginásio Agapito dos Santos também formando normalistas, e no Rio de Janeiro com sua Chave do Tamanho) a preparar seus pequenos estudantes para a vida, ensinando-os (e a seus pais na medida do possível) a pensar e, por isso, a criar.

Deixo para outros comentaristas o introdutor de Piaget e sua epistemologia genética no Ceará e no Brasil. Falo de sua pedagogia própria: formar cidadãos inovadores. Essa a sua arte: moldar o futuro, construindo o homem pensante. Eis o que o distingue e sempre me apaixonou.

Por razões ainda à espera de decifração, Lauro, embora teórico e formulador, não seria um acadêmico stricto sensu, pois não privilegiou a Universidade e por ela foi sempre visto como um gauche.

Nada alteraria a sina/saga de todo pioneiro: mexer com o estabelecido, revolver a 'ordem natural das coisas', ensinar com a ação que é sempre possível intervir na realidade, e nada mais profundo que intervir mediante o ensino.

Por isso mesmo, uma de suas mais notáveis salas-de-aula seriam as páginas deste “O Povo”, onde, como Kleber Santos, tornou acessível a toda a gente, faminta de humanismo, a contestação antes adstrita à cátedra, pois nele a cátedra e o curto periodismo seriam apenas formas distintas de lutar pela mesma causa: as mudanças.
(O Povo, Ceará, 10/4)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Opinião & Sugestões dos amigos

   Caros amigos e seguidores do blog,
   Estou constantemente pesquisando, analisando, verificando e procurando atender a todos os gostos em termos de publicações no Blog. É claro que isso passa pelo filtro da minha percepção, mas gostaria que passasse agora também pela sua. Estamos abertos a opiniões e sugestões.
Existe algum tema, em especial, que você gostaria de ver tratado aqui no Blog, dentro do contexto da Educação? Você teria algum assunto para sugerir para uma matéria aqui no Blog?
   Dê sua opinião. Diga se estamos indo na direção de sua expectativa ou o que pode ser feito para melhorarmos ainda mais. Queremos atender as necessidades de nossos amigos e para isso estamos aqui nos colocando de maneira franca e objetiva.
   Um abraço a todos e aguardo retorno, que pode ser dado na área de comentarios dessa publicação (fica logo abaixo do texto). Não se acanhe e participe ativamente.
Beta

Elementar meu caro “Watson”

Você pode achar que estou falando do assistente do Sherlock Holmes, mas na verdade a conversa é sobre esse mais novo supercomputador da IBM, que acaba de ganhar, nos Estados Unidos, de dois candidatos humanos num programa tipo perguntas x respostas. E oha que os humanos ja tinham ganho várias vezes - na verdade 74 vezes seguidas!. Que coisa né!? Mas isso não surpreende mais ninguém. O que eu não entendo é porque ninguém fica surpreso quando vai a uma escola e vê que estão ENSINANDO COISAS a seus filhos. Coisas mesmo!!!

Já devia estar claro que não adianta fazer isso. Enfiar uma quantidade enorme de informações na cabeça de alguém não a torna mais inteligente. E se inteligência fosse acúmulo de informações … os computadores já teriam dominado o mundo, como nos filmes de ficção científica. Estamos falando hoje de armazenamente de terabytes como se fosse batata frita. Outro dia mesmo, num supermercado, vi um garoto discutindo com o pai que queria comprar um computador com 500 GB (Gigabytes) de HD … o menino insistia que menos de 1 TB (Terabyte) era muito pouco. Pouco para quê!!! Mas para a geração que está assumindo a vida digital na sua plenitude, deve ser pouco mesmo, até porque vão utilizar as informações de maneira totalmente diferente do que foi feito até aqui.

Supercomputadores vão “saber” sempre mais do que nós, porque podem armazenar dados em volumes cada vez maiores, mas sempre vão estar aquém de uma coisa que só nós temos: inteligência! Não há hardware nem software que consiga entender uma ironia, ou mesmo as entrelinhas de um diálogo...  No entanto, tem “conteúdos” em doses homéricas para processar … desde que não como nós. E nós, que temos a inteligência, certamente não precisamos armazenar todas as informações do mundo. Precisamos sim é saber o que fazer a partir das informações que dispomos.

Numa competição como a que foi proposta, o supercomputador pode até ficar confuso algumas vezes, errar em algum caso, mas o número de acertos é tão grande que certamente será sempre o vencedor. Mas … não queremos ver nossos filhos com essa capacidade e sim com condições plenas de viver num mundo em transformação, moralmente desenvolvidos, socialmente viáveis e até tecnologicamente capacitados a operar um supercomputador, extraindo deles as informações que precisa. Só não queremos filhos supercomputadores.

Esse é o momento em que devemos entender o que é conhecimento, criatividade e educação. É a hora de estabelecermos qual a melhor escola para a criança. Um local que pretenda forçar a entrada de milhares de bytes de informação na cabeça das crianças não está trabalhando para uma sociedade melhor. Conteúdo não é inteligência. É só conteúdo. E ponto.

A existência de tal tecnologia de armazenamento e processamento, como a apresentada pelo Watson nos leva a ter certeza de que mais do que nunca, os seres humanos vão precisar muito uns dos outros, para criarem um mundo melhor apoiados por processadores sim, mas não fazendo o papel deles.

Beta

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um salto para trás - "homeschooling"


“Homeschooling” - você já ouviu falar disso? É o mesmo que “ensinar em casa”, ou coisa parecida. Isso já foi a única alternativa, a única maneira de as crianças obterem conhecimentos gerais, noções de matemática, de português, de geografia... Geralmente isso acontecia através de tutores ou de pais mais esclarecidos, mas certamente não poderia substituir um projeto educacional estruturado, tanto é assim que ao longo do tempo o que vimos foi a criação de um projeto de educação que inclusive tornou obrigatória, por lei, a presença da criança na escola.

O advento das cidades força a criação de um ambiente educacional onde a população possa formar as gerações futuras. Tenta-se padronizar o ensino, criam-se currículos, treinamentos de professores, etc. Nem tudo deu certo e hoje temos um sistema educacional muito ruim, mas ao invés de acabar com ele, devemos é lutar pela sua melhoria. Precisamos dar mais importância à Educação, sim. Com uma escola boa, sim. Com professores bem preparados, sim. Apagar o esforço da sociedade nesse sentido é voltar a uma sociedade que não tem mais espaço no mundo em que vivemos.

Foram feitas leis que obrigam as crianças a estarem por tempo determinado na escola. Por que alguns pais, ao invés de lutar por boas escolas para todos, preferem e lutam para educar seus filho em casa ? Educar é um exagero, porque o que eles estão fazendo e acreditam é em transmitir “conhecimentos” que decidiram ser  importantes para seus filhos. E o argumento é que querem que seus filhos sejam “os melhores”. Melhores com referência a que?

Mas, num modelo como esse, em que momento se dá o desenvolvimento MORAL das crianças? Sem socialização ela não se completa, porque esse desenvolvimento só se dá no encontro com os outros, em dinâmica de grupo. Estes  pais estão muito atrasados quanto a moral,  já que não enxergam a sociedade mas apenas seus filhos. Nós  temos que ver a sociedade como um todo.

Quando estes pais desobedecem  as  leis de forma tão declarada, estão ensinando a seus filhos que as leis não foram feitas para serem obedecidas. Por melhor que seja a intenção  deles, isso corrompe os valores na base da formação dessas crianças. E aí, no período em que seus filhos forem cursar uma universidade, querem que os mesmos entrem no sistema e respeitem as regras. E vai ser assim?  Claro que não.

Primeiro porque o que eles querem nessa fase é que os filhos tenham um diploma universitário, pois essa é uma exigência do mercado de trabalho. Mas que profissionais serão esses que entendem a alternativa a lei como uma possibilidade real?  Que não discutiram regras e valores durante sua formação. Seria mais coerente que seus pais não os levassem a trilhar também a universidade, optando por situações alternativas para ganhar a vida … e não  curvar-se ao sistema depois de tanta rejeição ao mesmo. Por que não radicalizam até o fim?

Gostaria de saber a formação desses pais que acham que conseguem ser melhores do que o sistema vigente em termos de educação. Certamente não serão especialistas, não tiveram treinamento, não estão focados nessa área. Podem até ser bem intencionados em suas propostas, mas se for para resolver um problema de baixa qualidade de ensino, porque não fundam uma escola e imprimem seus valores para serem aplicados por profissionais de verdade, treinados e estudados no assunto?

Um problema importante é que os pais que querem prescindir do sistema educacional - até o momento de aderir a ele - é que os mesmos não fazem a menor idéia de que as escolas não deveriam mais ser transmissoras de conhecimento, mas sim locais para o desenvolvimento pleno da inteligência. Saber coisas, mas não saber o que fazer com elas não é mais educar. E é isso que eles querem repetir, num modelo alternativo?

A luta por melhores escolas é grande e precisamos de todos os aliados para denunciar o que esta acontecendo em nosso sistema. Não precisamos de um modelo ultrapassado que, ainda por cima, seja a repetição de uma fórmula ineficiente.

Beta

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Creche

A creche tem que ser redefinida para que se entenda sua importância. As classes mais abastadas consideram apenas um depósito de crianças. Não utilizam esse importante aparelho social porque se valem das famosas babás, achando que isso é uma formidável solução quando na realidade é um dos mais arcaicos serviços de nossa sociedade.
Para quem precisa da creche para ter o tempo necessário para se dedicar ao trabalho, a sua existência é fundamental, pelo fato de ali seu filho estar atendido por cuidadores, em segurança e bem alimentado. Mas a creche não é apenas isso. É o lugar onde todo desenvolvimento deve se iniciar. Temos ali as crianças que estão vivendo o período do desenvolvimento muito importante, que é o Sensório-Motor. É a partir desse período que todos os demais se estruturam, e se não houver uma boa base, o equilíbrio será sempre precário.
 Pesquisas em países desenvolvidos mostram a grande diferença de crianças que estiveram na pré-escola e os que não a freqüentaram. Após o sensório-motor vem o período Simbólico, que precisa da interação entre as crianças. É o período do mundo da fantasia que está em formação. O que se vivencia dentro dos lares é muito importante, mas é na escola que vai acontecer a sistematização, que não ocorre em outros ambientes até porque os pais não tem tempo para realizar esse tipo de atividade com as crianças. É aqui que precisam ser trabalhadas todas as formas de representação (imitação, dramatização, desenho etc.). Não devemos esquecer que não existe a especialização na família para cuidar das crianças, e que elas são cuidadas pelo senso comum.
A escolha da escola é de fundamental importância e é essa decisão que determinará se seu filho será, no futuro, um bom  leitor, criativo, inteligente e se estará preparado para um futuro diferenciado do que conhecemos. Devemos ter em mente que o papel da escola moderna não é somente ensinar, mas sim educar, daí a formação dos professores ser da maior importância para que possam, além de ensinar a matemática, português ou geografia, também discutir os valores morais da sociedade em que a criança esta inserida.
Lauro de Oliveira Lima sugere que pais e professores sejam especialistas em ficção cientifica para poderem prever um pouco do mundo em que as crianças vão viver. Sugiro que a função  primordial dos pais,  seja convocar outras crianças para serem amigos de brinquedo de seus filhos. As escolas, através do trabalho em dinâmica de grupo, devem provocar nas crianças a necessidade de estarem em permanente contato com outras crianças. Ajudem seus filhos a serem leitores para que, através do mundo dos livros entrem no mundo do conhecimento. Não ajudem nas tarefas ou deveres de casa, que são o desdobramento da escola e só pertencem a seus filhos. A participação dos pais na escola deve ser feita através das reuniões, atividades culturais (feiras de ciências, leitura, cultura, festas, etc.), participando através de questionamentos e acompanhamento de seu filho.

Beta

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

QUIZ da Chave - perguntas para você checar seu entendimento (21 de fevereiro de 2011)

  1. Você acredita que tem alguma fase escolar mais importante do que outra? Qual, se houver?
  2. O que você considera indispensável para afirmar que uma escola é boa?
  3. As notas das crianças representam realmente seu desempenho escolar? Por quê?
  4. O que é ser um bom aluno?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Como ajudo na Educação de meu filho?

Como educadora, vou ficando preocupada quando leio na mídia artigos que insinuam aos pais que eles devem influenciar na aprendizagem de seus filhos. Pais, na sua esmagadora maioria, não estão preparados para isso. Mesmo aqueles que acumulam a função de pai a de professor reconhecem que aquela máxima do “santo de casa não faz milagre” prevalece nessa questão. Pai é pai e já tem uma enorme responsabilidade na formação da criança. Não queira acumular aquelas atividades para as quais não foi preparado, treinado, especializado. Vai dar problema, pode acreditar.
Estamos sendo convencidos, ao longo do tempo, de que auto-medicação é uma coisa perigosíssima. Ainda nos automedicamos principalmente pela dificuldade de acesso a médicos, o que explica a existência de inúmeros profissionais de outras áreas que se arriscam em receitar isso ou aquilo para tratarmos da nossa saúde. Sabemos que o ideal é um profissional preparado fazer o diagnóstico e em seguida receitar o medicamento. Estamos caminhando para isso. Mas se nossa saúde é tão importante, porque Educação não é? O que nos faz achar que podemos resolver um problema tão complexo de uma maneira tão simplória?
Não sendo o pai um profissional de Educação, o que ele pode fazer para que seu filho se desenvolva, cresça, aprenda, seja inteligente, etc?
Uma séria de coisas podem e devem ser feitas pelos pais. A primeira delas é A M A R seus filhos, dar condições intelectuais para seu desenvolvimento, fazer a escolha da escola de acordo com as mais novas metodologias existentes, não ter a preocupação de analisar a arquitetura do estabelecimento mas sim o que eles fazem ali dentro em termos de Educação. Coisas como estar junto a residência ou ter seu nome nos jornais ou televisão não são avalizadores de qualidade. Pode ser cômodo ter uma escola a uma quadra de casa, mas certamente pode ser desastroso no futuro, quando os resultados de anos de educação equivocada se apresentarem na forma de um fracasso escolar enorme para seu filho. Nem o ENEM deve servir de referencial absoluto, de chancela de valor.
Converse na escola, fale com pais que tenham seus filhos ali há mais tempo, veja quem são os ex-alunos, o que estão fazendo e como se sentiam quando eram alunos. Quais as lembranças marcantes de sua escolaridade. Esta é a pesquisa real que os pais deveriam fazer para tomar uma decisão tão grave para a  vida de seus filhos. A educação é o que de mais importante podemos deixar a nossos filhos e por isso é necessário escolher muito bem onde ele vai obter o conhecimento que o acompanhará o resto da vida.  Ali ele vai passar anos e anos, ali vai construir a primeira parte de uma longa historia de vida. A escola tem que ser vista com “E maiúsculo”, nunca como um local de aprendizagens acadêmicas somente. Lá estará sendo formado o caráter moral de seu filho e é esse que ficará por toda a vida. Mesmo quando você sai da escola, o que ali você viveu o acompanhará pelo resto da vida.  Veja se os seus valores estão respeitados nesta escola.
O grande problema de quem depende da escola pública está no fato de que nenhuma das questões que citei mais acima pode ser analisada em profundidade. O pai vai escolher parcialmente a escola onde seu filho vai estudar, porque as questões que envolvem a escolha não estão disponíveis. Conseguir uma vaga já é uma coisa tão complicada, que dificilmente alguém se arrisca a tirar a criança por questões técnicas. Vai ser preciso um desastre para que os pais tomem decisões mais radicais – mas isso já é outra conversa. A escola pública que tem que atender uma diversidade muito grande de alunos e não oferece a capacitação e o treinamento do professorado para esta demanda desafiadora.
 A escolha da escola é muito IMPORTANTE, sim. Você, com sua decisão, vai definir a personalidade, os valores, os conhecimentos, a cultura, as neuroses que se formarão em sua criança ao longo do desenvolvimento. O investimento em seus filhos não se resume a atividades extracurriculares (lutas, línguas, musica etc.). Coisa como a participação da família em passeios, museus, leituras  de livros, jogos, brincadeiras são essenciais no processo de formação do indivíduo. Todas as atividades escolares devem ser executadas pelas próprias crianças e adolescente. Promova apenas o material e local agradável e especifico para que ela as realize.  A escola é que deve estimular seus alunos a fazerem suas tarefas de casa, que deveriam ser sempre pesquisas sem exercitação (repetição do que já realizou). Tudo que é repetitivo deixa rapidamente de ser atraente para as crianças, porque já sabem que os conteúdos (dados) estão a disposição de qualquer um nos computadores. Que utilidade terá para uma criança do século XXI, saber “de cor” os afluentes do Rio Amazonas ou a Capital de algum país? Entrando no Google, em alguns instantes, ele pode ter o mapa detalhado desses países, além de imagem satélite e em alguns casos, poderá até passear pelas ruas dessa capital usando o sistema Google Street View. Ele precisa mesmo é saber pensar sobre a importância do Rio Amazonas na biodiversidade e quais as economias estão se desenvolvendo a partir dália. Saber porque isso está acontecendo e como afetara sua vida. As escolas particulares tem um desempenho diferenciado porque não temos no Brasil uma política real de educação, mas elas também  não estão no patamar das escolas dos países ditos desenvolvidos. Continuam com a preocupação de colocar uma quantidade enorme de conteúdos desnecessários para as crianças decorarem. Alguns trabalhos específicos se caracterizam pela qualidade, mas são pouco conhecidos. Nosso país ainda esta buscando “conhecimentos” daí a corrida desenfreada  para chegar no topo da pirâmide do PISA.

Beta

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CRIANCAS PREOCUPADAS



Lendo matéria da revista ÉPOCA, mais uma preocupação pedagógica me vem à cabeça. Crianças com uma nova síndrome - Transtorno Ansioso da Infância e Adolescência! E os números são alarmantes, porque é grande o percentual de atingidos entre 5 e 16 anos -de 9% a 15% dessa faixa etária.
O que esta acontecendo na nossa sociedade? Como estão os diagnósticos?
Apresentam-se então 3 posições diferentes a serem consideradas:

1. Crianças terceirizadas (abandono)
2. Crianças super-protegidas
3.  DNA.

 Quem tem razão, não sabemos, mas podemos analisar perfeitamente o que esta ocorrendo.

1º.)  Os pais realmente não estão preparados para a paternidade e a sociedade vem exigindo muito deles quanto a sobrevivência da família em um nível razoável. Ter que adquirir bens de consumo tira os pais totalmente do foco de educar sua prole. Família muito pequena é outro fator a ser considerado. As crianças não têm ambiente familiar e ficam em contato permanente com os adultos, o que desgasta totalmente a relação entre eles.
2º.) Ao sentirem que estão abandonando as crianças, os pais fazem uma super-proteção para garantir o crescimento saudável de seus filhos, paradoxalmente impedindo que eles cresçam e se desenvolvam da melhor maneira. Fazem tudo para evitar que eles se exponham e procuram evitar  que  tenham perigos à sua volta. Querem manter seus filhos como bebês até a fase adulta, achando que assim evitam o surgimento de conflitos de geração.
3º.) A condição de a síndrome já estar presente no DNA é a mais fácil de ser admitida, até porque não há nada a ser feito nesse caso. É aquela história do “Filho de peixe, peixinho é”, o que em psicologia é pouco ou quase nada determinado. Vejam os filhos adotivos que ficam com as mesmas características da família, sem que haja qualquer interferência do DNA. Sabemos que a personalidade é a resultante de uma interação do meio com o individuo (Piaget).
Que existe o problema, não há dúvida,  mas em muitos casos eles podem estar mal diagnosticados, o que torna  difícil o tratamento.
Pais ansiosos geram filhos ansiosos pelo ambiente que criam em seus lares. Eles não tem paciência de dar o tempo necessário para a criança se vestir, comer, brincar, ler, fazer os deveres de casa. Eles querem um adulto em miniatura e quando isso não ocorre, ficam decepcionados e passam para a criança esta frustração. A criança acaba chegando a conclusão de que não consegue fazer as coisas como é determinado por seus pais. Percebe que eles não gostam da maneira como elas fazem as coisas. E pior ainda, não conseguem fazer de outra forma. Isso desagua naturalmente na frustração e na ansiedade.
A falta de desenvolvimento para o exercício de algumas atividades é tratado como ansiedade de forma equivocada Por exemplo, até os 10/11/12 anos, a criança não tem a noção de tempo totalmente desenvolvida, e isso provoca em viagens aquela série de perguntas como: “Quanto tempo falta para chegar?”, “Demora muito ainda para chegar?”. Para ela não tem sentido você dizer que falta uma ou duas horas. Para os adolescentes com esta noção de temporalidade bastaria essa informação, mas para as crianças pequenas, mesmo que saibam ver as horas no relógio, não o entendimento do “tempo” propriamente dito. Outra noção tardia é a de velocidade, que envolve tempo e espaço. Tudo, para ela, demora muito a chegar. Por isso é tão importante que os pais entendam que não adianta dar um castigo de a criança ficar algum tempo sem determinada fonte de satisfação. Eles, logo após o castigo, perguntam se já passou o tempo.
As atividades nas escolas devem durar de 5 a 10 minutos cada uma e irem mudando para que a criança acompanhe com interesse. Após 10/11 anos já podemos ter atividades de ate  20 minutos. Mais do que esse tempo, as crianças perdem o interesse e se desorganizam, chegando até a dormir em aulas muito longas. Os professores que não conhecem as teorias de Piaget, correm o risco de não despertarem o interesse das crianças e adolescentes e julgarem que os jovens tem síndromes de atenção - TDHA ou TDA.
As crianças que ficam muito preocupadas com os adultos são crianças que não tem companheiros de brinquedo e vivem entre os adultos sentindo, ouvindo e participando de seus problemas. Muitas vezes as mães fazem de suas crianças seus companheiros, não deixando as crianças conviverem nas sociedades infantis como deveriam. As crianças precisam de outras crianças para brincar. Os adultos são os piores companheiros para as crianças. Devem estar atentos e cuidando, nunca tentando ser criança.  As atividades dos adultos devem ser as de ouvir as crianças/adolescentes, contar historias e promover brincadeiras sempre com outras crianças. Promover encontros com amigos em suas casas é uma ótima prática para permitir que seus filhos brinquem muito. É importante derrubar o mito de que existe “criança exemplar”, porque isso é um modelo artificial criado por elas para serem aprovadas pelos adultos com quem convivem.
 A ansiedade, como qualquer fator emocional, interfere no raciocínio. Essa é uma das razões porque manter o equilíbrio emocional das crianças é  tão importante.  Para que isso aconteça, é preciso que os pais sejam equilibrados, Eventualmente são necessárias terapias para os pais, porque estes estando bem podem agir de maneira concreta para que seus filhos mantenham-se bem, ou mesmo revertendo um desequilíbrio instalado na família. A família com o passar do tempo,tornou-se um núcleo muito pequeno e, às vezes, doentio
Por outro lado as escolas não se desenvolverem e não mudaram seus métodos atuando no século XXI com metodologias aplicadas do século XV  ao XIX . A expectativa dos pais quanto às escolas é a mesma de seus avós. No entanto, os filhos de hoje são globais, internéticos, digitais e multifuncionaisvitrola e um disco de cera (você pai do século XXI sabe do que estou falando?).  A criança pega e tenta colocar em funcionamento como se olhasse um inseto esquisito... e no entanto essa tecnologia foi inventada tão somente a 30 anos.... Como é que a escola, sem mudar, vai atender as angustias e a solidão de crianças filhas únicas, pais muito ocupados, tecnologias de ponta, conceitos virtuais?
O esforço que deveria estar sendo feito, exaustivamente, seria para que os métodos mudassem e se tornassem viáveis para educar estas novas gerações. E temos que saber que é um processo que precisa ser rápido, pois as crianças nascem, como todos da espécie, na idade da pedra. E tem que atingir  o nível de sua sociedade, cada vez mais desenvolvida e acelerada.
Os medos que aparecem nas crianças podem ser analisados à luz das teorias piagetianas. Até os 2/3 anos, as crianças tem medo de perder o afeto, não só de seus pais mas também de seus cuidadores. A saída de uma babá que estava com ele há muito tempo, por exemplo, pode causar um desastre quando os pais não foram presentes e tenham repassado todos os cuidados a esta pessoa. Depois dos  3 anos, já com o pensamento simbólico em ação, surgem os medos imaginários (lobo embaixo da cama, escuridão) mas surgem também os “amigos imaginários” e o jogo simbólico, que pode resolver muitos dos medos que aparecem. Os pais deveriam dar  importância a estes medos, que são reais, ao invés de dizer “isso não é nada” ou “isso não existe”. Preste atenção às  suas crianças e  estes medos vão aos poucos desaparecendo, bem como as angústias decorrentes.Quando necessário, acompanhe a criança no escuro e acenda as luzes para que ela se sinta segura. Não traduza o medo dela pelo seu. Você  pode não ter medo, mas o dela é real (fase do desenvolvimento). Depois dos 6/7/8 anos, a criança está entrando no pensamento concreto e já entende os medos do imaginário, surgindo então os medos reais. Se machucar, ir mal na escola ou ser vítima de desastres naturais. São preocupações dos adultos que são sugeridas às crianças e elas, como não tem controle sobre as situações, ficam com medo. Não podemos esquecer que estes medos vem da pressão adulta sobre as crianças. O que significa ir mal  na escola? Para os pais significa tirar notas ruins que, na maioria das vezes, não significam aprendizagem. Será que a escola está atendendo as expectativas das crianças? Muitas vezes não está!
Não podemos pensar que a vida das crianças é fácil. Crescer é muito difícil e requer um grande esforço. Cabe aos pais e professores promoverem a alavanca para o desenvolvimento geral. Criança precisa de ajuda e principalmente de afeto. Caso contrário ...

Beta

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Depoimento Caetano Altafin Cunha | Ex-aluno da A Chave do Tamanho

 Um lindo depoimento de um ex-aluno da Chave do Tamanho que nos localizou na internet e teve o carinho de se manifestar de uma maneira tão especial. Obrigada Caetano, e siga em frente. Você nos orgulha.
Beijos
Beta
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Nome:      Caetano Altafin Cunha
Querida Professora Beta e demais amigos,

Meu nome é Caetano Altafin Cunha. Tive a felicidade de cursar até a oitava série do ensino fundamental no Centro Educacional Jean Piaget.

Gostaria de parabenizar todos os professores e funcionários da Chave do Tamanho pelo trabalho desenvolvido. Reconheço que essa instituição foi fundamental para o desenvolvimento de minha individualidade e criatividade e, sobretudo, pelo meu amor è leitura e à educação.

Estou cursando o Mestrado em Direito na Harvard University, com especialização em direito corporativo e mercado de capitais, e presido uma organização voluntária e projeto denominado Um Pé de Biblioteca, cuja função é incentivar a implementação de bibliotecas comunitárias em comunidades carentes.

Certamente, a Chave do Tamanho exerceu uma influência determinante nesse caminho que escolhi seguir.

O reconhecimento da leitura como instrumento de desenvolvimento social tão encorajado pela Chave do Tamanho e a inteligência emocional que desde cedo a Chave permite desenvolver por meio de atividades coletivas têm sido fundamentais em minha rotina em Harvard. Por aqui, profissionais diariamente encorajam os alunos a desenvolver tudo aquilo que a Chave desde os primeiros anos de ensino incentiva.

Por tudo isso, a vocês, meu reconhecimento e mais sinceros agradecimentos!

Um forte abraço a todos,
Caetano

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Charges - Mafalda 01

Jogos Pedagógicos (5)

Todos os jogos são pedagógicos, e é muito importante que as crianças joguem, diariamente, em suas escolas. O jogo tem o grande poder de formar o pensamento moral das crianças, desenvolvendo as regras. As crianças descobrem as regras, sua obediência e suas reformulações. Muitas vezes é mais importante para as crianças a discussão das regras do que mesmo jogar.
Quanto menores as crianças, mais simples as regras e mais rápido deverá ser o jogo. A medida em que vão se desenvolvendo, os jogos podem ser mais demorados e com maior complexidade de regras.
Os jogos para as crianças, em casa, devem ter uma função apenas lúdica. A parte pedagógica deve ser deixada a cargo das escolas.
Jogar com as crianças e adolescentes deve ser uma atividade privilegiada pelos pais. As crianças vão desenvolvendo a moral à medida que seguem as regras, que não enganam, não roubam e não acham que devem sempre vencer. É um longo caminho para chegarem a este patamar de desenvolvimento. Muitas vezes vemos adultos que não sabem perder e, no final dos jogos brigam, discutem e chegam a sentirem-se lesados pelos parceiros. Não tem a menor isenção no julgamento das ocorrências durante a partida. Nos jogos coletivos é ainda maior a insatisfação, pois um jogador culpa sempre o outro pelo fracasso ocorrido, mesmo quando esse não é o motivo da derrota.
Toda atividade pode ser transformada em jogo. Por exemplo, para uma criança Sensório-Motora de dois anos, quando você estabelece algo como: “quero ver quem vai até a caixa do jardim e volta aqui na mamãe?” , você criou uma regra e, portanto, um jogo Sensório-Motor. Desafiar as crianças é uma forma de jogar. No período Simbólico, que vai dos 2 anos até 4/5 anos, usar os jogos de faz de conta é um grande atrativo. As crianças gostam das bonecas, carrinhos, casinhas, estruturas de circo, postos de gasolina e tudo que represente a vida real. As crianças brincam de transformar da maneira que sua fantasia deseja. Pais, vocês devem sentar no chão e brincar. Vistam as bonecas, os heróis, andem com os carrinhos, trens, tratores e todos os objetos familiares às crianças. Deixem a imaginação ficar solta. No inicio deste período, usar fantasias é muito interessante. Quando já estão totalmente simbólicos fica dispensável. Usar roupas, sapatos adereços dos adultos como colares, sapatos, pasta de trabalho são coisas importantes para as crianças. Façam uma caixa com estes objetos que servirão como brinquedo, pois isso é muito mais agradável para as crianças do que muitos brinquedos estruturados. Ordene e   oriente a brincadeira.
As crianças devem brincar sempre com outras crianças. O adulto deve sugerir e gerir a brincadeira, mas deve deixar o desenvolvimento por conta delas (as crianças). Os adolescentes chegam a fechar o quarto para evitar a interferência adulta. Se você não for um pai invasivo, ele não vai fechar as portas. Os adolescentes também precisam dos amigos. Piaget diz que não sabe o que vem primeiro: o individuo tendo necessidade do grupo ou o grupo tendo necessidade do individuo. Não se iludam com o computador complementando a relação através das redes. O contato pessoal é importante. Eles se empurram, se abraçam, se batem. São contatos sensório-motores necessários. Promova na sua casa encontro de seus filhos adolescentes para jogar com amigos. Você tem jogos em casa? Crie um cantinho para que eles joguem. Crie um pequeno “laboratório lúdico”.
Você pode criar em casa um mini-laboratorio para que as crianças façam misturas (a cozinha é ótima para isso), dividam objetos, remontem relógios quebrados, pesem objetos e substâncias, guardem substâncias como arroz, feijão e outros grãos em pequenas, médias e grandes latas ou caixas plásticas. São experiências físicas que eles podem experimentar. Estas experiências vão ajudar nas conservações (numero, substancia peso, volume etc.).
Jogos interessantes:
Separei aqui jogos de estratégia, atenção, aumento de vocabulário, conhecimentos e principalmente divertimento. São jogos que podem ser jogados em casa e nas escolas. Os professores devem retirar dos jogos ensinamentos para suas disciplinas e quando não conseguirem, lembrem que de qualquer forma a coisa mais importante estará sendo contemplada com o uso dos jogos: o desenvolvimento moral. No próximo trabalho para o blog, vou colocar jogos dirigidos diretamente à sala de aula.
1. Master
2. War
3. Senha
4. Dama
5. Xadrez Chinês
6. Quest
7. Jogo da Memória
8. Palavras Cruzadas

9. Jogo da Enciclopédia
10.Com que Letra

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Educando para um futuro desconhecido

“Para Jean Piaget, a Ciência era o aspecto atual da evolução, e a Educação não deveria contrariar a tendência da Biologia para a permanente evolução. Com Piaget, a Educação adquiriu um novo objetivo: desafiar as novas gerações a criticar o sistema e as formas sócio-culturais estratificadas, para aperfeiçoá-las. Afinal “a rebeldia da juventude é um sintoma de sua saúde mental” (Lauro de Oliveira Lima).

Quando Lauro criou o método psicogenético tinha em mente não deixar a descoberto nenhum aspecto relevante da multiplicidade das linhas de desenvolvimento. Como podemos perceber pela primeira vez na historia da educação, o objetivo é o comportamento global (motor, verbal e mental) do aluno e não os conteúdos (currículos e programas). Lauro foi enfático para não deixar duvidas, já que este aspecto do conteúdo em seu método é apenas o trigo para movimentar a máquina de moer. A máquina sim, é importante, pois é a inteligência.

Estamos, no método psicogenético, sempre questionando nossos alunos em tudo o que fazem e perguntado como chegaram aquele raciocínio.  Se a criança ou adolescente não sabe explicar (o que seria uma tomada de consciência) porque agiu de determinada maneira para obter aquele resultado, provavelmente a inteligência não entrou em jogo.

Sempre questionando o papel da escola na formação da criança, Lauro de Oliveira Lima comenta que, durante mais de dois mil anos, da Grécia aos nossos dias, a escola dedicou-se ao binômio exercitação e avaliação, com o propósito de gravar na memória dos alunos os conhecimentos apresentados. Mas perdeu totalmente a função de gravar, frente as novas tecnologias. A partir da descoberta da imprensa, que muitos professores ainda não incorporaram, a função de armazenamento mudou de repositório. O que tinha que ser feito mentalmente, ocupando a maior parte do tempo do chamado “ensino”, passou a ser função de  meios e equipamentos. Dezenas de novos meios de  estocar os conhecimentos está disponível nos dias de hoje, trabalhando com muito mais eficiência para essa tarefa: fotografias, filmes, HDs de terabytes, pendrives cada vez maiores e, por último, os ambientes de backup em “cloud computing”, pondo praticamente qualquer informação, quase que instantaneamente, a disposição do usuário. Por outro lado, a tecnologia vem conseguindo construir máquinas que substituem, com vantagens, muitas das habilidades humanas.

Diz Lauro: “Por isso, acho que já não tem muito sentido dedicar vinte anos de vida a tarefa de armazenar conhecimentos que podem ser prontamente obtidos nos bancos de dados, e a adquirir habilidades (cálculo, p.ex.), que as maquinas superam de longe.” Então o que sobra para a Escola fazer? Desenvolver a inteligência para que as crianças possam utilizar todos os dados que estão a sua disposição. O lema de Lauro para a escola é ENSINAR A APRENDER. E é nesta perspectiva que entra a imensa obra de Piaget, que dedicou a vida a descobrir como funciona a inteligência.

A orientação do Lauro é que os professores e pais estudem ficção cientifica para entender o universo onde seus filhos e alunos irão viver. Não devemos educar para o aqui e agora. Os jovens sabem mais do futuro do que os adultos que estão a sua volta.

É do Prof. Lauro de Oliveira Lima o pensamento:
“O conflito de gerações é o conflito entre o HÁBITO e a INTELIGÊNCIA em FORMAÇÃO; o ADULTO representa o HÁBITO, o JOVEM a CRIATIVIDADE. O conflito de gerações revela, assim, um complô dos adultos contra a INVENÇÃO e a DESCOBERTA. Com isto frustra-se a “INTENÇÃO” do processo EVOLUTIVO que é fabricar um animal cujo comportamento seja sempre INVENTADO (liberdade).

Beta